O atendimento odontológico para idosos requer cuidados
diferenciados, que levem em conta seu histórico médico, com a colaboração de
profissionais de diversas áreas, como medicina e psicologia. A conclusão está
no livro “Odontogeriatria – Uma Visão Interdisciplinar”, escrito pelo dentista
Fernando Montenegro, do Centro de Saúde Escola Geraldo de Paula Souza, mantido
pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. Além de dentistas, a publicação
contou com a colaboração de gerontólogos e psicólogos, abordando patologia, farmacologia,
tratamento odontológico em casos de Alzheimer, Parkinson, câncer, doenças
cardiovasculares e AVC, além do atendimento odontológico em UTI e em domicílio.
De acordo com o dentista, uma abordagem global faz toda
diferença no tratamento ao idoso.
O grande problema das próteses é que nem sempre os pacientes
cuidam dela. Próteses muito antigas não permitem mastigação eficiente. A
mastigação ineficaz impede boa absorção dos nutrientes da dieta, função muito
importante para fortalecer a saúde dos idosos. “Os médicos pedem para o idoso
manter uma dieta balanceada, consumir muitas fibras, mas se os dentes, ou a
prótese, não estão bem, a pessoa não consegue seguir essas orientações”, diz.
Por causa da dor, o paciente para de usar a prótese e,
portanto, deixar de consumir todos os alimentos importantes para uma dieta
saudável. Com isso, ele fica mais suscetível às doenças. Também pode acontecer
aumento no consumo de certos nutrientes, pois a saliva é importante na limpeza
das papilas gustativas, que são responsáveis pelo reconhecimento do sabor dos diferentes
alimentos. Pouca saliva significa pouca limpeza nessas papilas e o resultado é
que a percepção de sabores como doce ou salgado fica prejudicada e a pessoa
idosa passa a temperar mais a comida, podendo exagerar no açúcar ou no sal e
tendo problemas no controle de diabetes ou hipertensão.
Além da importância fisiológica, uma boa dentição é
importante para o idoso porque garante boa aparência e melhora a fonética.
Dentes quebrados influem na passagem do ar, resultando em alterações na
fonética e impedindo boa compreensão do que a pessoa quer dizer. Com boa
aparência, e fala melhorada, o paciente recupera a auto-estima, se socializa
mais, e pode até tentar se reinserir no mercado de trabalho. Essas atividades
são importantes para o idoso, que está mais sujeito à depressão, por exemplo.
Fonte:USP
Fonte:USP
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