sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Odontologia do idoso já é preocupação de profissionais da área



O atendimento odontológico para idosos requer cuidados diferenciados, que levem em conta seu histórico médico, com a colaboração de profissionais de diversas áreas, como medicina e psicologia. A conclusão está no livro “Odontogeriatria – Uma Visão Interdisciplinar”, escrito pelo dentista Fernando Montenegro, do Centro de Saúde Escola Geraldo de Paula Souza, mantido pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. Além de dentistas, a publicação contou com a colaboração de gerontólogos e psicólogos, abordando patologia, farmacologia, tratamento odontológico em casos de Alzheimer, Parkinson, câncer, doenças cardiovasculares e AVC, além do atendimento odontológico em UTI e em domicílio.
De acordo com o dentista, uma abordagem global faz toda diferença no tratamento ao idoso.
O grande problema das próteses é que nem sempre os pacientes cuidam dela. Próteses muito antigas não permitem mastigação eficiente. A mastigação ineficaz impede boa absorção dos nutrientes da dieta, função muito importante para fortalecer a saúde dos idosos. “Os médicos pedem para o idoso manter uma dieta balanceada, consumir muitas fibras, mas se os dentes, ou a prótese, não estão bem, a pessoa não consegue seguir essas orientações”, diz.
Por causa da dor, o paciente para de usar a prótese e, portanto, deixar de consumir todos os alimentos importantes para uma dieta saudável. Com isso, ele fica mais suscetível às doenças. Também pode acontecer aumento no consumo de certos nutrientes, pois a saliva é importante na limpeza das papilas gustativas, que são responsáveis pelo reconhecimento do sabor dos diferentes alimentos. Pouca saliva significa pouca limpeza nessas papilas e o resultado é que a percepção de sabores como doce ou salgado fica prejudicada e a pessoa idosa passa a temperar mais a comida, podendo exagerar no açúcar ou no sal e tendo problemas no controle de diabetes ou hipertensão.
Além da importância fisiológica, uma boa dentição é importante para o idoso porque garante boa aparência e melhora a fonética. Dentes quebrados influem na passagem do ar, resultando em alterações na fonética e impedindo boa compreensão do que a pessoa quer dizer. Com boa aparência, e fala melhorada, o paciente recupera a auto-estima, se socializa mais, e pode até tentar se reinserir no mercado de trabalho. Essas atividades são importantes para o idoso, que está mais sujeito à depressão, por exemplo.
Fonte:USP

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